Por que o Brasil é o país do… vôlei? Sim, do vôlei

O Brasil é o país do vôlei e podemos provar. E é só entender um pouco da história do esporte no país para sacar por que ele é tão popular.

Vôlei do Brasil em Tóquio 2020

A relação do brasileiro com o futebol é fácil de entender. É o esporte mais popular (tanto em números de audiência como de prática) do país, somos os maiores campeões do maior campeonato de futebol, quase todo brasileiro tem um time para torcer, todo domingo a TV aberta transmite jogos, etc. Mas e o vôlei, hein? Onde entra nessa história? É exagero falar que o Brasil é o país do vôlei? Talvez não.

Se você nasceu dos anos 80 para cá, é bem provável que tenha jogado vôlei na escola. E também que já tenha visto mais vezes do que consegue lembrar a seleção (masculina ou feminina) de vôlei do Brasil ganhando medalhas de ouro em Olimpíadas e mundiais. Uma coisa está relacionada à outra – e as duas juntas explicam por que o vôlei é tão grande no país. Mas, para chegar lá, vamos contar um pouco de história.

Como começou o vôlei no Brasil

Geração de Prata do vôlei do Brasil

O vôlei chegou ao Brasil por volta de 1915, data em que aconteceu a primeira partida do esporte na cidade do Recife (há versões que alegam que teria sido em São Paulo no ano seguinte, mas foi nessa época). O primeiro campeonato de vôlei surgiu já na década de 20, no Rio de Janeiro. Mas foi só em 1954 que foi fundada a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), entidade responsável pela consolidação do esporte no país.

Após sua criação, muitas escolas de vôlei foram sendo criadas no Brasil, o que ajudou na difusão do esporte. Ao mesmo tempo, os resultados internacionais começaram a aparecer (em 1951, a seleção masculina de voleibol teve seu primeiro grande destaque no Campeonato Sul-Americano), o que ajudou na popularização do voleibol.

Da “Geração de Prata” à maior potência mundial do vôlei

Vôlei de praia do Brasil Atlanta 1996

Foi com a seleção brasileira dos anos 80 que o vôlei começou a obter resultados importantes em quadra. Depois de um começo de década animador com boas campanhas em mundiais, a geração de Bernard, Renan, Montanaro, William, Xandó, Amauri e Fernandão conquistou a medalha de prata na Olimpíada de Los Angeles de 1984.

Esses resultados, aliados a mais investimentos em marketing e formação de uma base, melhoraram o nível do voleibol nacional. A “Geração de Prata” inspirou o time de Maurício, Marcelo Negrão, Tande, Carlão e cia. a buscar o ouro olímpico em Barcelona nos Jogos Olímpicos de 1992. A partir daí, o vôlei conquistou de vez a população brasileira.

Vôlei do Brasil Atenas 2004

A consequência do maior investimento veio de forma clara e o ouro em Olimpíadas virou rotina para o vôlei do Brasil. Foram quatro edições seguidas dos Jogos Olímpicos conquistando a medalha mais cobiçada: Atenas 2004 (masculino), Pequim 2008 e Londres 2012 (feminino) e Rio 2016 (masculino novamente).

O sucesso veio também no vôlei de praia brasileiro, que se tornou referência assim que estreou em Olimpíadas (em Atlanta 1996, o ouro e a prata femininas foram do Brasil). Juntas, as duas modalidades de vôlei já renderam ao Brasil 23 medalhas olímpicas (sem contar os Jogos de Tóquio 2020). Entre todos os esportes, só o judô, com 24, tem mais medalhas do que o vôlei brasileiro em Jogos Olímpicos.

O que veio antes: o ovo ou a galinha?

Vôlei do Brasil em Pequim 2008

Mas e aí: o vôlei é popular porque recebe investimentos e ganha sempre ou ganha sempre e recebe investimentos porque é popular? A resposta parece algo meio na linha da questão do ovo e da galinha. E a verdade é que uma coisa não existiria sem a outra. O Brasil é muito bom no vôlei porque o brasileiro gosta muito de jogar e de ver o esporte na TV. E vice-versa.

É verdade que o Campeonato Brasileiro de Futebol tem mais audiência do que a Superliga. Mas considerando que o futebol já é menos um esporte e mais uma parte da cultura nacional, não é exagero dizer que o vôlei é a modalidade esportiva que o brasileiro mais curte na vida. Ou seja: Brasil, o país do vôlei.

 

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Felipe Blumen
Felipe Blumen

Historiador, jornalista de lifestyle e fã de foguetes, Corinthians, gibis e outras bagunças.

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