Depois de quase 20 anos, o contrato entre Kobe Bryant e Nike acabou

Kobe Bryant e Nike foi uma parceria de muito sucesso. Seus tênis foram usados por quase toda a NBA no último ano. Mas "só" - e sua família não gostou disso.

Fim do contrato entre Kobe Bryant e Nike

O longo relacionamento entre Kobe Bryant e a Nike acabou. Falecido em janeiro de 2020 em um acidente de helicóptero, o ex-jogador tinha com a empresa de sportswear uma das parcerias mais conhecidas dos esportes. Com uma linha de tênis bastante popular entre jogadores e torcedores, esperava-se que o vínculo fosse mantido. Mas não era o que a família Bryant tinha em mente.

A novidade surgiu quando a viúva de Bryant, Vanessa Bryant, comunicou via redes sociais que a extensão de cinco anos com a maior fabricante de roupas esportivas do mundo, assinada na sua aposentadoria, em 2016, havia chegado ao fim. “Minha esperança sempre será permitir que os fãs de Kobe encontrem e usem seus produtos”, escreveu. “Vou continuar a lutar por isso. Os produtos de Kobe esgotam em segundos. Isso diz tudo. Eu esperava estabelecer uma parceria vitalícia com a Nike que refletisse o legado do meu marido. Sempre faremos tudo o que pudermos para honrar os legados de Kobe e de Gigi. Isso nunca vai mudar”, completou.

Principal motivo: faltam tênis

Devi Booker - Nike Kobe 6

Isso explica muito. Desde sua morte, a família de Kobe deixou clara sua frustração com a pouca disponibilidade dos produtos da Nike assinados pelo jogador. Enquanto a maioria das estrelas da NBA apareceu em quadra usando seus Kobes, por exemplo, quase nenhuma loja do mundo recebeu os modelos.

Segundo uma reportagem da ESPN americana, o descontentamento pela distribuição de produtos se estendia também ao próprio contrato. Assinado em 2003, ele teria sido renovado com uma “estrutura menor” do que os contratos vitalícios que a empresa mantém com Michael Jordan e LeBron James, por exemplo.

Outra investigação, da Complex, apurou que no período entre a aposentadoria de Bryant e sua morte as vendas dos tênis caíram. Além disso, ele não seria uma prioridade para a empresa se comparado a jogadores ativos como Giannis Antetokounmpo, Kevin Durant, Kyrie Irving e James. Todos esses têm linhas de produtos assinadas por eles.

“Kobe e a Nike fizeram alguns dos mais belos tênis de basquete de todos os tempos, usados ​​e adorados por fãs e atletas em todos os esportes em todo o mundo”, disse Vanessa Bryant em seu comunicado. “Parece adequado que mais jogadores da NBA usem o produto do meu marido do que qualquer outro tênis”, continuou.

As coisas já não andavam bem

Kobe e Vanessa Bryant na entrega do Oscar que ele ganhou pelo Melhor Curta de Animação

O próprio Kobe talvez tivesse ideias no sentido do rompimento com a Nike. O Washington Post observou que, um mês antes de sua morte, um investidor chamado Shervin Pishevar twittou que havia se encontrado com Bryant para discutir o plano de criar a Mamba, uma fabricante de tênis. (O apelido de Bryant era “Black Mamba”.)

Planos como esse, que Kobe começou a tocar após sua aposentadoria, estavam apenas começando a se concretizar quando ele morreu. O jogador estava investindo em contar histórias, seja em livros ou filmes (ganhou até um Oscar), nos esportes femininos e em várias áreas. Agora sua família deve continuar levando isso a diante, mas sem a Nike.

“Kobe Bryant foi uma parte importante da profunda conexão da Nike com os consumidores”, disse a Nike em um comunicado à ESPN. “Ele nos pressionou e fez com que todos ao seu redor melhorassem. Embora nosso relacionamento contratual tenha terminado, ele continua sendo um membro profundamente amado da família Nike”, termina a declaração.

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Felipe Blumen
Felipe Blumen

Historiador, jornalista de lifestyle e fã de foguetes, Corinthians, gibis e outras bagunças.

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