Rodrigo Baggio, 52, ainda tem vívida a memória de quando ganhou do pai um computador pessoal, item que na época era uma raridade no Brasil. Foi então que percebeu como a tecnologia poderia ser transformadora – e como isso seria positivo se fosse compartilhado. Ele fundou há 26 anos o Comitê para a Democratização da Informática (CDI), rebatizado Recode em 2018, e hoje lidera iniciativas em que a tecnologia funciona como combustível para mudar o planeta. Só na Recode, ONG cujos projetos conjugam tecnologia e inclusão, mais de 1,8 milhão de pessoas tiveram suas vidas impactadas.
Quando começou a Recode (recode.org.br), Baggio já trabalhava com TI no Rio de Janeiro. Apesar de vislumbrar um futuro na área, percebeu que sua maior ambição era disseminar o acesso à tecnologia. “Quando eu olhava para a minha vida e me imaginava no futuro, seguindo meu caminho como profissional de TI, eu me via ficando cada vez melhor financeiramente, mas não me via mais feliz. Sentia que precisava fazer alguma coisa para ajudar as pessoas com meu conhecimento”, explica Rodrigo, que é formado em Ciências Sociais pela UFRJ.
Ainda de acordo com Rodrigo, o acesso aos recursos tecnológicos ligados à informática é um direito básico e absolutamente indispensável para que haja participação do indivíduo na sociedade. Essa noção o levou a diversos projetos importantes, como o programa da IBM denominado “Reinventar a Educação”. Também liderou a Primeira Campanha de Doação de Computadores no Brasil (Computer For All), fundou a Primeira Escola de Tecnologia e Direitos dos Cidadãos em uma favela do Rio de Janeiro e amealhou mais de 60 prêmios nacionais e internacionais.
“Tive um sonho que redirecionou e mudou minha vida. Vi jovens de baixa renda usando a tecnologia para reprogramar a realidade em que viviam, refletindo e impactando de forma real o ecossistema todo, e isso me fez entender a relevância do empoderamento digital”, diz o empreendedor.
Formação em games com DJ Alok, Meta e Recode
A verve empreendedora de Rodrigo atraiu outras personalidades interessadas por projetos voltados à transformação social. É o caso do DJ Alok, entusiasta de jogos eletrônicos, que decidiu transformar sua paixão em apoio ao projeto social da Recode “Conectando seu Futuro 2021”, realizado em parceria com a Meta. A iniciativa visa ensinar jovens em situação de vulnerabilidade social a desenvolverem games próprios, com temáticas baseadas em propósito social, aumentando as chances de inserção social e profissional.
“A cada dia, encontramos na comunidade gamer mais pessoas proativas, inteligentes e engajadas que, muitas vezes, não têm a chance de realizar uma formação ou não sabem que aquela habilidade no jogo eletrônico pode virar uma profissão. Cursos gratuitos como esse da Recode são ótimas iniciativas para lapidar talentos que podem idealizar o próximo sucesso dos eSports”, comenta o músico.
Vidas transformadas: Recode em parceria com o UNICEF
Em setembro deste ano, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Recode distribuiu 267 kits de conectividade com smartphones e cartões de acesso à internet para jovens que vivem em comunidades do Rio de Janeiro e São Paulo, com o objetivo de garantir o acesso à educação e oportunidades de de formação, inserção no mundo do trabalho e geração de renda.
Em São Paulo, a distribuição aconteceu ao longo do mês de setembro e beneficiou 125 adolescentes nas comunidades de Paraisópolis e Vila Santa Inês. Jovens atendidos pelo Projeto Viver e pelo Centro de Educação Popular (CEPENSA) que estão matriculados na escola e não tinham acesso à internet agora poderão acompanhar não só as aulas regulares remotamente como também realizarão dois cursos gratuitos de qualificação em tecnologia oferecidos pela Recode: “Ferramentas digitais para o trabalho” e “Tecnologias para o futuro”. O mesmo kit, que também possui itens de proteção e uma cartilha com iniciativas do UNICEF durante a pandemia da COVID-19, beneficiou 144 adolescentes e jovens em parceria com a ONG Redes da Maré e o Instituto Vida Real, no Complexo da Maré, um dos maiores conjuntos de favelas do Rio de Janeiro.
“Para nós, que moramos na favela, foi um período difícil e desanimador. Fiquei sem acesso à internet. Agora, com o celular, eu e minhas irmãs vamos poder voltar a estudar. É um incentivo a mais. Posso voltar a sonhar com uma faculdade de Administração ou Design. A tecnologia vai me ajudar muito”, comemora a estudante Maria Luíza Souza, de 15 anos, que está cursando o primeiro ano do Ensino Médio, no Rio de Janeiro.
Você também pode se tornar um #recoder
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Sobre a Recode
A Recode é uma organização da sociedade civil que promove o empoderamento digital. Por meio da criação e disseminação de metodologias de formação empreendedora e do uso de ferramentas digitais, busca ampliar o impacto de facilitadores em comunidades, escolas e bibliotecas e estimular o uso ético, consciente e cidadão da tecnologia. Assim, empodera indivíduos para reprogramar realidades. Com 26 anos de atuação, está presente em nove países e já alcançou mais de 1,7 milhão de pessoas.
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