As Olimpíadas são legais justamente por reunirem num mesmo espaço e durante o mesmo tempo algumas das histórias mais legais do esporte. E na edição de Tóquio 2020 não será diferente.
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Seja em sua essência japonesa, seja graças a seus participantes, os Jogos olímpicos de Tóquio 2020 terão vários motivos para prestar atenção. De cara, para começar a acompanhar, separamos algumas coisas legais de saber sobre esta edição. Veja a seguir.
Os jogos mais quietos da história
Tóquio foi a primeira sede asiática a receber as Olimpíadas, com os Jogos Olímpicos de Verão de 1964, e agora é também a primeira do continente a sediar duas edições do evento. E será também a primeira do mundo a não ter público.
Os organizadores da competição decidiram proibir a presença do público no evento a pedido das autoridades da saúde e de boa parte da população japonesa. Tóquio, aliás, está em estado de emergência por causa do coronavírus. A situação, claro, é inédita – e ver como isso pode afetar o desempenho de alguns atletas (ou não) será interessante. Espere ver várias modalidades sem um barulho sequer vindo das arquibancadas.
Novos gigantes olímpicos
Os Jogos de Tóquio 2020 serão os primeiros desde Atenas 2004 sem os dois gigantes olímpicos Usain Bolt (vencedor de 9 medalhas de ouro) e Michael Phelps (com 23 medalhas de ouro). Mas há vários candidatos a substituí-los neste ano como atletas históricos das Olimpíadas. Veja quais
- Simone Biles (EUA), ginástica – É de longe a melhor ginasta da história. Nos jogos do Rio 2016, conquistou o recorde de quatro medalhas de ouro e, desde então, só melhorou e acumulou títulos. E só tem 24 anos.
- Shelly-Ann Fraser-Pryce (Jamaica), atletismo – Nenhuma mulher na história ganhou mais medalhas do que ela nos 100 metros: ouro em Pequim 2008 e em Londres 2012, bronze na Rio 2016. É a favorita da categoria e, se ganhar em Tóquio 2020, vai igualar o recorde de três ouros nos 100m de Bolt. E ainda pode levar também a medalha no revezamento 4×100 metros.
- Mariana Pajón (Colômbia), BMX – Ela pode se tornar a primeira colombiana a conquistar sua terceira medalha de ouro consecutiva (ela levou em Londres 2012 e Rio 2016). Também foi a primeira latino-americana a conquistar duas medalhas de ouro em um esporte individual.
- Mijaín López (Cuba), luta greco-romana – O cara é uma lenda das Olimpíadas. Na categoria até 130 kg, ele ganhou a medalha de ouro em Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016. Já está com 38 anos e tem bons rivais, mas vai lutar pela quarta medalha de ouro.
- Caeleb Dressel (EUA), natação – Conquistou duas medalhas de ouro no Rio 2016 e desde então vem quebrando vários recordes mundiais. É favorito a vencer tudo o que vai disputar em Tóquio 2020 – e também tem só 24 anos.
- Eliud Kipchoge (Quênia), maratona – O corredor pode não surpreender pelo número de medalhas (embora já seja dono de um ouro no Rio 2016), mas sim por um grande feito: percorrer os 42 quilômetros de uma maratona em menos de duas horas. Ele já fez isso em 2019, em uma corrida que não foi oficialmente reconhecida, mas é capaz de repetir.
Novas modalidades (e mais medalhas para o Brasil)
Toda edição das Olimpíadas conta com algumas modalidades novas sendo adicionadas (ou velhas sendo removidas). Os Jogos Olímpicos de Tóquio terão 46 modalidades em disputa, com cinco novidades: skate, surfe, escalada esportiva, caratê e beisebol/softbol (beisebol será só masculino e softbol, só feminino, mas contam como a mesma).
Isso é bom sinal para o Brasil, que tem boas chances de medalha no surfe e no skate. No primeiro, com Gabriel Medina e Ítalo Ferreira, ambos campeões mundiais de surfe. No segundo, Pâmela Rosa, Rayssa Leal e Letícia Bufoni devem conquistar medalhas no skate street, enquanto Pedro Barros é um bom nome para apostar no skate park. (E todo muito bem vestido com esse uniforme animal.)
As outras três modalidades, caratê, escalada esportiva e beisebol/softbol, não terão atletas brasileiros competindo.
Foco em sustentabilidade
Outra história legal ofuscada pelo coronavírus é a relação dos jogos de Tóquio 2020 com a sustentabilidade. A Olimpíada deste ano vai reaproveitar vários dos locais usados nos jogos de 1964. Além disso, itens como pódios, uniformes e medalhas são todos confeccionados com materiais reciclados. Até as camas da Vila Olímpica são feitas de papelão, que será reciclado após os jogos – chegou a circular a notícia falsa de que o motivo para isso seria uma estratégia “antissexo”, mas o motivo real é ecológico.
As medalhas valem um destaque. As cinco mil que serão distribuídas são feitas de metais preciosos extraídos de dispositivos eletrônicos descartados. Antes dos Jogos, os japoneses foram convidados a doar aparelhos velhos para contribuir com a produção das medalhas olímpicas e paralímpicas. A campanha de coleta durou dois anos.
Atletas trans
Pela primeira vez na história, uma edição dos Jogos Olímpicos contará com três atletas transgênero entre seus participantes. São elas: a halterofilista Laurel Hubbard, da Nova Zelândia, que disputará o levantamento de peso; a norte-americana Chelsea Wolfe, do ciclismo, que, por enquanto, é atleta reserva; e a meio-campista da seleção canadense de futebol feminino Quinn.
O caso de Quinn, na verdade, é mais específico. Ela se identifica como uma pessoa transgênero não binária, o que significa que não se identifica nem com o gênero feminino, nem com o masculino. Na transmissão dos jogos, já foi referida pelo pronome neutro “elu”.
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