Um novo estudo do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) apontou que 47% dos jovens brasileiros entre 15 e 29 anos querem sair do Brasil. Isso porque acreditam que fora do país há melhores condições de vida e oportunidades.
Diante de um cenário de agravamento na crise política, econômica e social brasileira, os jovens se encontram desesperançosos com um futuro no Brasil.
Desemprego
Um segundo estudo desenvolvido pela FGV Social, apontou um novo recorde na “geração nem-nem” (grupo de jovens entre 15 e 29 anos que não trabalham nem estudam). Segundo a pesquisa, a desocupação durante o isolamento social é uma das principais causas para o aumento do índice.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego aumentou de 13,9% em dezembro para 14,7% em março. E, segundo especialistas, o quadro não deve se reverter até que a população esteja completamente vacinada contra o coronavírus.
Mal-estar socioeconômico
Com recorde de desemprego e alta inflação, o Brasil está na 2ª posição do índice de mal-estar socioeconômico dos países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O estudo aponta que no primeiro trimestre de 2021, a taxa de desconforto no Brasil chegou a 19,83%, ficando apenas atrás da Turquia. Seguindo do Brasil, tem a Espanha (16,09%), Colômbia (15,63%), Grécia (14,08%) e Chile (13,42%).
Falta de investimento na educação
Notícias de Universidades Federais anunciando falta de orçamento e possíveis paralisações viraram comuns em 2021. O governo federal congelou R$ 5 bilhões do Fundo de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNDCT), que estariam sendo usados para financiar projetos de pesquisa.
Dados do jornal O Globo apontam que 30 das 69 universidades federais, entre elas UFRJ, UFF e UFBA, não conseguirão chegar ao fim de 2021 com orçamento atual, o que significa que prédios podem ser fechados, funcionários demitidos, bolsas cortadas e pesquisas interrompidas.
O cenário de cortes na educação e falta de estímulos para pesquisas decepciona os jovens, que veem outros países como melhor opção para um futuro estável.
Visão pessimista do Brasil
Ainda segundo a pesquisa da FGV Social, o olhar dos jovens em relação ao Brasil mudou. Dados mostram que a faixa etária entre 15 e 29 anos enxerga o Brasil como um país pobre.
Pandemia
A pandemia não está sendo fácil para ninguém, especialmente os jovens, que se sentem mais estressados do que nunca. “Com toda a insegurança, a desconfiança, a insatisfação, o desrespeito com as mulheres e os frequentes assassinatos nas redondezas já relatados, seria razoável esperar jovens muito raivosos no Brasil, especialmente depois da crise que reduziu suas oportunidades de emprego”, afirma o estudo da FGV Social.
Apesar do cenário de insatisfação não ser recente, a pandemia apenas ajudou a intensificar o sentimento.
E aí, você se encaixa na porcentagem de jovens que querem dar o fora do Brasil e tentar uma vida fora?
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